Adubos orgânicos I

O diferencial da adubação orgânica para com a adubação convencional se baseia na capacidade, que a primeira tem em relação à segunda, de revitalizar o solo, seja química, biológica e fisicamente falando; por isso quem opta pelo implemento de adubos orgânicos, está pensando, a priori, na saúde do solo, do substrato, para que, posteriormente, venha a nutrição da planta. Torna-se, portanto, um investimento lento, não instantâneo, de longa duração.

O principal objetivo dos adubos orgânicos é prover vida ao solo.

Vasos e recipientes

Além do apelo decorativo e paisagístico, os vasos e recipientes, juntamente com o substrato, apresentam grande importância para o desenvolvimento das plantas. Há no mercado uma extensa variedade de recipientes de vários tamanhos e formatos, produzido por diversos materiais. 

O mais clássico e mais abundante no mercado é o vaso de plástico devido a sua preferência pela maioria dos jardineiros amadores por serem práticos, mais baratos e semi-descartáveis. O plástico é inerte e estéril, por isso não interfere, nem prejudica o desenvolvimento das plantas. Além disso, vaso de plástico é ideal para o desenvolvimento de mudas, uma vez que, devido a sua maleabilidade e baixa aderência, facilita a remoção da planta na hora do trasplante sem abalarem suas raízes. 

Apesar dessas conveniências, o substrato a ser colocado em um vaso de plástico deve reter menos água ou ser mais areado, sendo, portanto, raro em argila e rico em areia ou casca de pinus. Como o plástico não permite a aeração, ele conserva água da rega no substrato, e se este é argiloso, a umidade apodreceria as raízes.

Desenvolvimento de mudas de pimentas em vasos de plástico.

Vasos de plástico facilitam a remoção da planta para transplante.

Vermiculita

Vermiculita ou vermiculite é um mineral, semelhante à mica, que é muito usado, em sua forma expandida, como substrato de plantas ou condicionador de solo. O processo de expansão é parecido com o da perlita: depois que sofre aquecimento, a água de hidratação evapora, de modo que o mineral estoure produzindo varias lâminas sanfonadas.

Vermiculita expandida.

Perlita

Existem dois tipos de perlita (ou perlite) no mercado: uma que é expandida e outra que não é. A primeira é produzida pelo aquecimento da rocha moída, fazendo com que a água de hidratação (água incrustada na rocha) evapore, o que produz poros, tornando um excelente retentor de água, além de melhorar a aeração do solo. A segunda é a rocha pura moída, sem passar pelo aquecimento, o que a faz de um ótimo drenante inerte. Muitas vezes, são usadas puras como substrato de germinação e enraizamento de plantas com desenvolvimento lento, bem como substrato para hidroponia, ou incorporadas a outros substratos para complemento. 

Perlita expandida fina usada pura como substrato.

Substratos, terras, solos e condicionadores de solo

A qualidade das plantas não se deve somente a uma correta correção e adubação do substrato ou solo, mas também à sua qualidade e à sua fisiologia. Para isso, deve-se combinar ou incorporar os materiais certos a fim de adequar o solo ao cultivo. Nesse sentido, há muitos materiais que melhoram as características do substrato, como os condicionadores de solo.

Cada condicionador, cada substrato atua de modo diferenciado, portanto não há como generalizar os seus benefícios. Em vista disso, os próximos posts serão voltados a cada material.

Bons substratos são importantíssimos para a criação de mudas em viveiros.

Diferentes tipos de substratos, com excessão de 2 e 3, por se tratarem de fertilizantes.

Substrato de casca de árvores: possibilita a retenção de água e CTC (capacidade de troca catiônica).

         

Fertilizantes orgânicos

Os fertilizantes orgânicos são ótimos repositores minerais e de matéria orgânica. Sempre que puder deve-se incorporá-los ao solo, uma vez que contém nutrientes de primeiríssima ordem e altamente assimiláveis pelas plantas. São geralmente melhores que os adubos orgânicos e químicos por raramente salinizar ou infestar o solo de sementes de ervas-daninhas. A seguir alguns fertilizantes orgânicos que são encontrados no mercado.

A torta de mamona é um subproduto das indústrias e é produzida a partir dos restos da extração do óleo das sementes de mamona. Presta-se para a adubação, cuja aplicação, além de fornecer muita matéria orgânica (cerca de 85 a 90%), ainda controla a população de fitonematóides (microorganismos ruins) devido a algumas substâncias tóxicas. É um fertilizante de efeito duradouro. Possui 4 a 6% de nitrogênio, 1 a 2% de fósforo e 1,2% de potássio. Depois de desintoxicada serve como excelente forrageira para gado. Usa-se muito torta de manoma na horticultura e floricultura principalmente como fertilizante nitrogenado para orquídeas.

Folha e fruto da mamona

Classificação de fertilizantes e adubos

Ao contrário do que se pensa, fertilizantes e adubos não são sinônimos perfeitos: em certos contextos os termos se confundem, no entanto em outros tornam-se quase antônimos. O que modifica a similaridade ou diferenciação são os termos adjuntos como orgânico, inorgânico, químico, mineral, sintético e suas variações. Fertilizantes e adubos possuem uma função em comum: a de suprir deficiências em substâncias vitais à sobrevivência dos vegetais. 

Substratos para plantas e características dos solos

A qualidade do substrato é decisiva para a vitalidade e a perenidade das plantas. Não existe, porém, uma formulação geral que vá servir para qualquer tipo de planta e em qualquer estágio de desenvolvimento. Basta seguir algumas regras de química e biologia.

Os melhores substratos que tiveram uma melhor resposta das plantas foram preparados basicamente com pó de coco, casca de pinus e vermiculita. Essa mistura, devido a boa granulometria e a capacidade de retenção de água, incentiva o crescimento de raízes, aumentando, assim, a absorção de água e nutrientes; no entanto essa formulação é pobre em nutrientes e deve ser enriquecida com fertilizantes. 

Introdução à prática de adubação

É notório que os fertilizantes químicos são alvos de muita polêmica. Indubitavelmente, quaisquer substâncias artificiais produzidas pelo homem são motivo de desconfiança. Os fertilizantes químicos, usados indiscriminadamente, provocam a salinização do solo e não rara intoxicação das plantas, evidenciada pela ''queima'' das raízes, murchamento das folhas e tronco, levando até a morte. Além disso, os fertilizantes, bem como os herbicidas, pesticidas, hormônios artificiais de crescimento, podem poluir os lençóis freáticos. 

Ainda que usados dosadamente, os fertilizantes químicos podem comprometer a vida no solo. Aqueles animais que respiram pela pele, como minhocas, lesmas podem fugir ou até morrer pelo estresse salino, o que se torna um grande problema, porque quebra o ciclo autossustentável de reposição de nutrientes que, por exemplo, o solo florestal tem. Em um solo sem os microorganismos e os animais detritívoros, tem de repor sempre os nutrientes, de modo artificial.